As perguntas feitas para cada criança foram as mesmas:
- Quantas vezes você já foi reprovado?
- Por motivo você acha que isso aconteceu?
- Como seus pais reagiram?
- Depois do ocorrido como seus pais passaram a agir?
- Como você se sentiu?
1º criança: de uma escola particular de Duque de Caxias:
- Uma vez.
- Acho que, por causa da bagunça e também por não conseguir entender matemática.
- Meus pais ficaram decepcionados.
- Meus pais me incentivaram a estudar mais e começaram a exigir muito de mim, disseram que iam me colocar em um colégio público caso eu não passasse da próxima vez.
- Fiquei triste e com raiva da professora.
2º criança: de uma escola pública de Duque de Caxias;
- Essa foi a primeira vez.
- Porque sou irresponsável
- Meus pais ficaram tristes comigo.
5.Me senti muito mal.
É possível notar na fala do aluno, um discurso muitas vezes imposto pelo "sistema", de que a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso escolar é exclusivamente do dele. Os alunos e professores passam a ser culpabilizados pelo fato das metas estipuladas não terem sido alcançadas. Falar de reprovação como se ela fosse "culpa" de alguém, é tornar nulo todo um processo que culminou na retenção do aluno, não levando em consideração vários fatores internos e externos que foram deixados de lado durante o período em que o aluno esteve na escola. Deixar que o aluno pense que ele é o único responsável pelo fracasso escolar,é como se um fantasma assombrasse nossas escolas. Acredito que seja ainda mais assustador que as histórias contadas as crianças do século passado, sobre bruxas e monstros que puniam crianças desobedientes. Essa culpabilização de alunos e professores é o fantasma nos corredores escolares do século XXI.
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